terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

D' A PROVA no Azinhal, Castro Marim ao exame à ESQUINA, Mértola, num Verão há um par de anos


Vindo de Castro Marim, ou melhor do Azinhal,


onde o paraíso na terra dos doces encontrou de seu nome A PROVA, demandou um dia, o Viajante Eventual, o caminho de Mértola, como se duma promessa se tratasse.


Chegado na hora de maior calor, encontrou a terra quase deserta, a estalar sob um sol abrasador que, a pique, a todos empurrara para fora da ruas e praças (coisa que estranhamente por ali não abunda…), aconselhando à sesta e ao remanso pastoso na  corrente de ar, daqueles que sabem que terão todo o tempo do mundo, para acabar o pouco que ainda lhes cabe fazer.

Não podia o viajante seguir tal conselho, pois estando tão sequioso quanto esfomeado, o que queria mais era acolher-se a taberna, restaurante ou modesto café que lhe desse o mantimento de que tão carecido se sentia.

Na mala da viatura, entre adereços de praia e sacos de viagem, ainda o Viajante Eventual, voluptuosamente guloso, trazia um saco de doces d’ A PROVA,pastelaria que, ao sair de Castro Marim, lhe indicaram e onde, as fadas (só podiam ser fadas) deixaram o Viajante, ir provando bolos e tortas (um bocadinho deste, um bocadinho daquela) percebendo-o lambão e sabendo que no fim iria carregar os alforges para a viagem.


Mas dos alforges cheios de doces não queria para já o Viajante saber, pois os queria era guardar, como testemunho, para os saborear depois, à chegada a casa enquanto aproveitava o fresquinho do fim da tarde, e espera, como no filme da Disney, que a roupa suja se lave e arrume sozinha, que essa parte do manual, os viajantes não partilham nem relatam.

Pelo que tinha, o viajante, de se orientar em Mértola, o que fez em duas voltas rápidas e outras tantas espreitadelas à terra, logo  topando, ali na beirinha da estrada, depois da ponte, nos toldos, que faziam adivinhar sombra, de A ESQUINA e entrado, rapidamente percebeu que  não se iria arrepender dos desmandos calcorreados, Nacional 122 acima, deixando para sul as praias douradas, semeadas de “donuts” da Vodafone, inglesas deslavadas e crianças ruidosas.

 
A ESQUINA, por definição entre caminhos, foi-lhe pródiga e acolhedora dispensando-lhe, numa encruzilhada de sabores e para companhia das migas aromatizadas e dos secretos de porco, a sangria e a sombra fresca em quantidades bastantes e, como extra-bónus, a contemplação, lá em baixo, do próprio Guadiana, merecendo aprovação em tudo, como se de um exame à gastronomia alentejana se tratasse.



Não regista, este tempo passado, a sobremesa, ou se a terá pedido, ainda que saiba que, por aquelas bandas, os doces, conventuais ou seculares, sempre o deleitaram, mas naquele dia, estaria refém, certamente dos paladares de Castro Marim.

Não se perdeu, o Viajante Eventual, por terras tão distantes nem se perderá se um dia lá quiser voltar, pois rapidamente, como um pisteiro, facilmente encontraria a estrada ou caminho que o levasse de retorno a tão afamadas paragens.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

LAVRA GUEST HOUSE, Calçada de Santana, no. 198-A, Lisboa

Rodeada de Lisboa, encravada na freguesia da Pena, a LAVRA GUEST HOUSE é uma agradável surpresa.

Ao viajante eventual basta-lhe pouco, mas não arreda do sossego, da limpeza e do bom-gosto e, ainda que aqui e ali os detalhes peçam algum reparo, naqueles capítulos a LAVRA GUEST HOUSE merece aprovação.

Junte-se-lhe a simplicidade e o bom acolhimento e temos um viajante satisfeito.




Ficou o viajante, por opção e mania, no último andar rente ao céu e o Fevereiro triste ofereceu-lhe, pela manhã, o azul de cortar a respiração do céu ensolarado de Lisboa e com o bónus de descobrir, entre o casario da Pena, o Tejo ao fundo a confundir-se com o horizonte.

A ausência de elevador pode ser um obstáculo incontornável para alguns, mas não priva os demais viajantes eventuais de uma escadaria que não oculta a história do seu uso.

Uma sala de refeições confortável e harmoniosamente enquadrada na traça antiga do edificio, recebeu-nos para o pequeno almoço, continental e frugal que os tempos não vão para abastanças, mais do que suficiente e sem modernices anglo-saxónicas, mas já se substituia bem o sumo de pacote pelo verdadeiro sumo de laranja, não era?

Valeu a pena ter aqui pernoitado, como valerá certamente um dia poder voltar.

 Imagem da Calçada de Santana "roubada" daqui: http://jumento.blogspot.pt/2013/02/umas-no-cravo-e-outras-na-ferradura_16.html

TERRAS GERAIS BISTRÔ, Calçada de Santana no. 70, Lisboa


O destino prega-nos partidas, pois ao calcorrear a íngreme Calçada de Santana, tarde da noite, à procura de um restaurante que nos tinham recomendado, por engano e, como se vai ver, em boa hora fomos parar ao TERRAS GERAIS. 


Boa nota no acolhimento, simpático e atento, que sabe deixar à vontade ao mesmo tempo que não deixa que nada falte. 

O experiente aconselhamento revelando conhecimento e oportunidade na ementa, seduziu-nos pela antecipação, deixando-nos guiar pelas sugestões. 

Conclusão: se juntarmos ao comedido desvelo na sala, as mãos abençoadas que tão bem confeccionaram e melhor temperaram a moqueca de peixe, acompanhada de arroz (soltinho como deve ser) e pirão, pode perceber, quem isto ler, como saímos satisfeitos e agradados com a visita. 

Parabéns. Merece retorno. 



Imagem "roubada" daqui: http://www.tripadvisor.fr/LocationPhotoDirectLink-g189158-d3873228-i63289175-Terras_Gerais_Bistro-Lisbon_Estremadura.html
 
Em construção... prometemos ser breves.