Vindo de Castro Marim, ou melhor do Azinhal,
onde o paraíso na terra dos doces encontrou de seu nome A PROVA, demandou um dia, o Viajante Eventual, o caminho de Mértola, como se duma promessa se tratasse.
Chegado na hora de maior calor, encontrou a terra quase deserta, a estalar sob um sol abrasador que, a pique, a todos empurrara para fora da ruas e praças (coisa que estranhamente por ali não abunda…), aconselhando à sesta e ao remanso pastoso na corrente de ar, daqueles que sabem que terão todo o tempo do mundo, para acabar o pouco que ainda lhes cabe fazer.
onde o paraíso na terra dos doces encontrou de seu nome A PROVA, demandou um dia, o Viajante Eventual, o caminho de Mértola, como se duma promessa se tratasse.
Chegado na hora de maior calor, encontrou a terra quase deserta, a estalar sob um sol abrasador que, a pique, a todos empurrara para fora da ruas e praças (coisa que estranhamente por ali não abunda…), aconselhando à sesta e ao remanso pastoso na corrente de ar, daqueles que sabem que terão todo o tempo do mundo, para acabar o pouco que ainda lhes cabe fazer.
Não podia o viajante seguir tal conselho, pois estando tão sequioso quanto esfomeado, o que queria mais era acolher-se a taberna, restaurante ou modesto café que lhe desse o mantimento de que tão carecido se sentia.
Na mala da viatura, entre adereços de praia e sacos de viagem, ainda o Viajante Eventual, voluptuosamente guloso, trazia um saco de doces d’ A PROVA,pastelaria que, ao sair de Castro Marim, lhe indicaram e onde, as fadas (só podiam ser fadas) deixaram o Viajante, ir provando bolos e tortas (um bocadinho deste, um bocadinho daquela) percebendo-o lambão e sabendo que no fim iria carregar os alforges para a viagem.
Mas dos alforges cheios de doces não queria para já o Viajante saber, pois os queria era guardar, como testemunho, para os saborear depois, à chegada a casa enquanto aproveitava o fresquinho do fim da tarde, e espera, como no filme da Disney, que a roupa suja se lave e arrume sozinha, que essa parte do manual, os viajantes não partilham nem relatam.
Pelo que tinha, o viajante, de se orientar em Mértola, o que
fez em duas voltas rápidas e outras tantas espreitadelas à terra, logo topando, ali na beirinha da estrada, depois da
ponte, nos toldos, que faziam adivinhar sombra, de A ESQUINA e entrado,
rapidamente percebeu que não se iria
arrepender dos desmandos calcorreados, Nacional 122 acima, deixando para sul as
praias douradas, semeadas de “donuts” da Vodafone, inglesas deslavadas e
crianças ruidosas.
A ESQUINA, por definição entre caminhos, foi-lhe pródiga e
acolhedora dispensando-lhe, numa encruzilhada de sabores e para companhia das
migas aromatizadas e dos secretos de porco, a sangria e a sombra fresca em
quantidades bastantes e, como extra-bónus, a contemplação, lá em baixo, do próprio
Guadiana, merecendo aprovação em tudo, como se de um exame à gastronomia alentejana se tratasse.Não regista, este tempo passado, a sobremesa, ou se a terá pedido, ainda que saiba que, por aquelas bandas, os doces, conventuais ou seculares, sempre o deleitaram, mas naquele dia, estaria refém, certamente dos paladares de Castro Marim.
Não se perdeu, o Viajante Eventual, por terras tão distantes nem se perderá se um dia lá quiser voltar, pois rapidamente, como um pisteiro, facilmente encontraria a estrada ou caminho que o levasse de retorno a tão afamadas paragens.